05 setembro, 2008

PERITO MORENO



Quem me conhece já deve estar de sorriso nos lábios ….. é claro que teria de haver uma especial referência a este belíssimo lugar.
O Perito Moreno é só o Glaciar, o mais extenso dos glaciares, o mais bonito, o mais… Inserido no Parque Nacional Los Glaciares, é um dos poucos glaciares que não estão em regressão. Tem 6 km de frente e uma altura média de 60 a 80m.
Partimos de Calafate num carro que conseguimos alugar por 24h e percorremos os 80km que nos leva até ao Perito Moreno. Já saímos ao entardecer e quando atravessámos os postos de controle do Parque estes já se encontravam encerrados. Entrámos e ao fim de alguns minutos, depois de uma curva (já chamada de Curva dos Suspiros pelas reacções causadas) ali estava ele. O coração bate mais forte e a ansiedade de chegar e estacionar aumenta. O estacionamento estava praticamente vazio aquela hora, apenas 4 carros. Descemos aos pulos pelas passadeiras e escadarias de acesso à frente do glaciar. E ficámo-nos sem reacção, esmagadas pela beleza, grandiosidade e paz daquele lugar. Sobre as nossas cabeças aves de rapina planavam no céu.
Observar as pequenas rupturas, constantes, da frente de gelo e esperar ter a sorte de ver um grande desprendimento prende-nos horas nas varandas de observação.
Em frente daquele enorme rio gelado apetece simplesmente ficar, ficar a olhar a absorver cada pormenor, ficar e registar todos os momentos todos os ruídos, ficar com os nossos pensamentos, ficar e encher a nossa alma com toda aquela paz e magnitude de natureza e beleza. É simplesmente hipnotizante. Se pensarmos que o glaciar existe há milhares de anos. O som provocado pelos desprendimentos faz eco nas montanhas e o ruído que nos chega é esmagador – um rugido tremendo e poderoso. Como se viesse das mais profundas entranhas da Terra.
Podem-se fazer visitas de barco até próximo da frente do glaciar mas é certamente impossível, desta forma, livrarmo-nos de centenas de impacientes e ávidos turistas que fotografam, filmam, gritam e apontam (e tudo ao mesmo tempo). A serenidade, essa só se consegue a pé, fora das “horas de ponta”, longe das excursões, sem crianças, nem turistas, nem caçadores compulsivos de fotografias. Tivemos sorte.

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